quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

REDAÇÃO PRODUZIDOS POR VESTIBULANDOS NA PROVA DA UFPR

Leia atentamente os textos abaixo, analisando a avaliação que eles receberam segundo os critérios entre parênteses.

NULO (narrativa ou opinião; fuga ao conteúdo da entrevista; problemas de leitura; cópia; texto mal escrito)

Tostão via que, todos ou a maioria dos jogadores criticava o governo, mas que era coisas de conversas. No futebol pensava somente no futebol. A questão governo seria somente por conversa que ele se expressaria e não por atos e vinganças. Mas ele via que o futebol tem fator político de grande importância e começou a incomodá-lo.

Entrevistador: A conquista da copa de 70 foi utilizada de uma forma meio sombria; já que a população estava feliz mesmo com a opressão feita ao povo. Você ficou envergonhado com isso?
Tostão: Saldanha era o único que costumava falar de política, com a sua saida inesplicada todos “aboliram” a política como tema de suas conversas
Entrevistador: Qual a posição de Pelé nesse assunto?
Tostão: Pelé se dedicava por completo ao futebol deixando de lado a política. Já eu me arrependi de Ter ido a recepção da seleção por parte de Médici, mais naquela hora o que contava era a festa.

A beira de um colapso o governo Médice focalizou a copa de 70 para amenizar a crise ou momento que o pais se encontrava. Tudo era controlado pelo governo e pessoas com várias habilidades tinham que optar por uma e também pelo silêncio, para não serem perseguidos pelos militares, regime em que o país “vivia”. A substituição de Saldanha por Zagalo, fato inexplicado no momento, a tensão e a própria superação do grupo de jogadores mesmo após conquista do México, voltara sob forte pressão política imposta pelo General Médice.

INSUFICIENTE (narrativa ou opinião; recuperação precária do conteúdo da entrevista; problemas de leitura; cópia; poucas linhas preenchidas; texto relativamente mal escrito)

A copa de 70 foi usada de um jeito meio sombrio, pois era uma época muito dura para o país durante o regime militar, em pleno governo Médici.
Entre os jogadores não havia conversas sobre o regime militar, Principalmente após a saida de Saldanha do comando da seleção, que com muita certeza foi por motivos políticos. Segundo Tostão, a maioria dos jogadores não estavam preocupados com a situação do Brasil, e sim com os jogos da seleção, e isso o incomodava muito.

Muitas pessoas quando conversam sobre copas do mundo, se enchem de alegria, principalmente os brasileiros. Mas há alguns que apresentam um sentimento diferente sobre a copa de 70, talvez porque ela foi usada de um jeito meio sombrio, trazendo ao país uma enorme alegria pela conquista diante de um dos piores momentos do regime militar. Tostão, destaque da seleção, afirmou que os jogadores não conversavam sobre problemas políticos. Principalmente depois da demição do Saldanha, este sim gostava desses assuntos. Mesmo pelé, segundo tostão todos estavam preocupados com o futebol. Porém, vinte e três anos depois ele disse que o regime o encomodava.


REGULAR (resposta à proposta: síntese da entrevista; recuperação parcial do conteúdo da entrevista; texto relativamente bem escrito)

Tostão, jogador de futebol brasileiro, em entrevista concedida em 1993, comentou que a Copa de 70 foi usada no regime militar como estampa do governo Médici. Ele aponta que a saída do treinador da seleção, João Saldanha teve influência política. Comentou ainda que a maioria dos componentes da seleção estava preocupada com o futebol e não com a situação política do país, inclusive Pelé. Durante a Copa Tostão também centrava sua atenção no futebol. Mas percebeu que após a vitória tinha um peso político muito grande.

Na entrevista feita com Tostão, ex jogador de futebol, o entrevistador, após comentar sobre o uso sombrio da conquista da copa de 70, perguntou ao craque como isso soava entre os jogadores e se conversavam sobre isso. Obteve uma resposta negativa e o entrevistado atribuiu à saída de Saldanha, técnico das eliminatórias que gostava de conversar, a falta de conversas. Completou dizendo que a maioria dos jogadores era alheia à situação. Então o entrevistador pergunta de Pelé e Tostão diz que quase todos estavam preocupados apenas com o futebol, embora ele, Tostão, intimamente era contra o regime, mas durante a copa não preocupou-se com isso. Também sentiu-se incomodado com o valor político da conquista.

BOM (resposta da proposta síntese da entrevista; recuperação das duas principais ideias - 1) os jogadores, voltados ao futebo, estavam alheios à situação política; - 2) auto-crítica de Tostão; texto bem escrito)

Em entrevista, Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, foi questionado sobre o papel que a vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo de 70 teria desempenhado para encobrir a ditadura de Médici. O jogador afirmou que, no momento, não notou o imenso valor político que aquele título trazia consigo e, que mais tarde, chegou a se arrepender de ter ido a Brasília para receber os cumprimentos do presidente. Tostão informou, também, que a maioria de seus colegas, incluindo Pelé, estava preocupada somente com o futebol, deixando as questões políticas em segundo plano. Por isso, não havia conversas, entre eles, sobre a situação do país.

Um dos maiores jogadores de futebol brasileiro que jogou na Copa de 70 confessa que se arrepende de ter participado da comemoração em Brasília após a vitória no México. Ao ser perguntado sobre a situação política do país, que passava pelo pior momento do regime militar, Tostão diz que o time não se preocupava muito sobre o assunto, principalmente depois da saída de Saldanha (técnico substituído por Zagalo na época). Segundo ele a maioria dos jogadores era alheia à situação política do país, assim como Péle também era. O jogador ainda relata que apesar de possuir ideais políticos não percebeu que a copa estava servindo de estampa para o governo Médicini.

EXCELENTE (resposta da proposta síntese da entrevista; recuperação das duas principais ideias - 1) os jogadores, voltados ao futebo, estavam alheios à situação política; - 2) auto-crítica de Tostão; texto muito bem escrito, com boas articulações sintáticas e textuais e léxico diferenciado)

Em entrevista ao veículo de comunicação Novos Estudos CEBRAP, o ex-jogador de futebol Tostão revela sua opinião sobre a relação entre a Copa de 70 e a política do governo Médici. Segundo o entrevistado, a maioria dos componentes da seleção de 70 evitavam manifestar comentários de cunho político, principalmente após a substituição do técnico Saldanha por Zagalo. Para o atleta, a grande preocupação dele e dos colegas, dentre eles Pelé, era com o futebol e, apesar de admitir que tinha suas concepções sobre o governo, a Copa de 70 era prioridade absoluta. Contudo, depois da vitória e do fervoroso encontro com o presidente Médici, Tostão declarou estar arrependido e consciente de que o evento da década de 70 teve forte vínculo político.

O Regime Militar no Brasil teve início com o Golpe de 64, terminando com a eleição de Tancredo Neves. Durante o Governo Médici (1969-1974), o Brasil conquistou o tricampeonato mundial de futebol. Entretanto, esse título foi usado pelo governo militar como propagando do Regime. Em 1993, ao ser indagado sobre o assunto, o jogador Tostão, que disputou o munial, declarou, primeiramente, que os jogadores não discutiam sobre o assunto, mas afirmou que João Saldanha, técnico durante as eliminatórias, comentava muito sobre esse tema, e talvez tenha sido demitido por essa causa. Posteriormente, Tostão confessa ao entrevistador que, no momento da disputa do Mundial, estava concentrado em conquistar o título, mas no íntimo, tinha posições políticas, era contrário ao Regime, mas não manifestava-se publicamente com receio de que pudesse interferir na sua carreira. E ao término da Copa, ao perceber que ele e eseus companheiros foram usados como propaganda da Ditadura, admitiu que sentiu-se incomodado, mesmo estando feliz por ter ganho o campeonato.


http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/ufpr/ps2005/redacoes2005.doc

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